LAPA-CAU-UEMA
CRIAÇÃO DO LAPA
Objetivos
Objetivo Geral
O objetivo geral da existência do Laboratório da Paisagem e do Ambiente Construído no Curso de Arquitetura e Urbanismo é o de desenvolver o conhecimento científico e pedagógico a respeito da Paisagem, sua arquitetura e a transformação promovida pelo processo da urbanização, buscando soluções para o Planejamento da Paisagem por meio de ensino, pesquisa e extensão, nos níveis da graduação e da pós-graduação.
Objetivos Específicos
- Desenvolver ações científicas dentro das Linha de Pesquisa Requalificação da Paisagem e dos Espaços Livres: teoria, crítica e projeto e Teoria, História e Projeto em Arquitetura Paisagística e Jardins Históricos de Burle Marx.
- Simular soluções urbanísticas e paisagísticas para infraestruturas verdes e espaços livres
Desenvolver ações de extensão por demandas da comunidade ou de instituições Públicas do Estado do Maranhão - Desenvolver por meio da Residência em Arquitetura Paisagística a prestação de serviços dos residentes egressos da Arquitetura e Urbanismo por meio da extensão universitária em favor de instituições Públicas do Estado do Maranhão.
Criação do Laboratório da Paisagem e do Ambiente Construído
No ofício da Arquitetura e do Urbanismo um dos principais papéis desempenhados pelos arquitetos é transformar a Paisagem. Tirá-la de um estado natural para aplicarlhe uma proposição física e cultural. As escalas da intervenção arquitetônica podem atingir desde a mínima à máxima, do objeto à região. Desde o projeto e influência de um banco num jardim ao projeto de um quintal na casinha, uma árvore numa rua, o projeto da própria rua na vida dos cidadãos, de um loteamento no ambiente, um edifício no um bairro ou numa cidade ou uma cidade em uma ilha. A interferência dada à paisagem é sempre uma transformação.
Essa prática que acompanha a humanidade desde a criação da agricultura e que possibilitou o sedentarismo e a formação dos primeiros assentamentos, como explicou Jane Jacobs (JACOBS, 2011), sempre partiu da transformação da paisagem para acomodar a vida coletiva das comunidades humanas. A edificação/urbanização junto à agricultura/pecuária e a extração (mineral, vegetal) são atividades humanas de
transformação da paisagem (DIAS, 2004) (PRADO, 2011).
A questão da compreensão da Paisagem, no entanto, nos cursos de Arquitetura e Urbanismo no Brasil, tem sido tratada de forma subjacente e por esse motivo inúmeros cursos vem adotando Laboratórios da Paisagem para estudar aquilo que a Arquitetura e Urbanismo transforma. Essa necessidade vem sendo apontada desde a publicação do Relatório Brundland em 1992, onde os reportes denunciaram aos modos de urbanização e aos ideários urbanísticos que resultaram, entre outros efeitos, em cidades poluídas e poluidoras, com sérios problemas ambientais e por conseguintes
sociais e econômicos. Essas denuncias deram voz às critícas do Urbanismo e a necessidade de inovar. Tornou-se prioridade inovar os materiais de construção, os modos de construir, de gerenciar as obras, de produzir materiais construtivos, de reduzir os impactos sobre o Ambiente, enfim os modos de urbanizar (DESENVOLVIMENTO, 1988).
Entre as inúmeras variáveis que podem estar implicadas nessa questão destaca-se a ambiental ou seja a Paisagem e o Ambiente Construído. Só para ilustrar a importância dos modos de urbanização, lembramos que Dias (DIAS, 2004) afirma que ela é a principal causa do escoamento global dos sedimentos dos rios, um grande problema que afeta os mares e, por conseguinte, influência no aumento do nível do mar. A seguir vem a agricultura.
O escoamento de sedimentos e? o maior responsável pela alteração da superfície dos mares (85,9%), seguido pelos glaciares (9,4%), ventos (2,8%),
erosão costeira (1,2%) e vulcões (0,7%) (DIAS, 2004).
Nesse sentido, podemos dizer que a urbanização é uma expressão da cultura urbana, e portanto, uma linguagem uma expressão da humanidade, que intervém na superfície para modificar o sistema natural e formar os acessos e os assentamentos humanos.
A urbanização se expande a partir de um ponto principal formado pelos interesses produtivos mais favoráveis, predominantemente do capital e dos modos de produção (CASTELLS, 1999).
Como processo de transformação da paisagem, a urbanização pode dar formas urbanas distintas aos assentamentos, cada um dos quais com suas articulações formais próprias, podendo ser ocupações planejadas ou ocupações espontâneas, mas que não podem ser conceituadas apenas como cidades. São muitos os tipos, como as metrópoles, as cidades-ilhas, as cidades-capitais, as cidades-sedes, as cidades-industriais, as vilas, os povoados, os bairros autônomos, as conurbações, as invasões (CHOAY & MERLIN, 2000.) (IMHOFF, 2002).
Nos cursos de Arquitetura e Urbanismo, no entanto, a práxis pedagógica é dada à intervenção, à forma do edifício ou da cidade, entretanto as consequências na paisagem são tomadas isolada, visual e pontualmente. Muito pouco se simulam os efeitos e as interfaces de uma edificação ou de uma intervenção no ambiente natural, na vida social ou cultural. É importante conhecer a paisagem antes durante e depois dos projetos, até porque como transformá-la – a paisagem – sem conhecê-la.
Muitos cursos de arquitetura e urbanismo brasileiros criaram seus Laboratórios da Paisagem e tem participado da formação de ações e de políticas públicas para o tratamento do ambiental. Entre outros tais como: o LabPaisagem do Grupo de Pesquisa Design Ambiental Urbano, do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina – UEL; o Laboratório da Paisagem – Pagus, do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e demais.
Destacam-se dois laboratórios com os quais, o LAPA mantém cooperação:
- Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco – UFPEcomo um núcleo do Departamento de Arquitetura e Urbanismo desenvolve atividades de pesquisa, de ensino e de projeto no âmbito da arquitetura dapaisagem desde 1998. Consolidou-se como um ambiente de pesquisa científica desenvolvendo estudos sobre jardins históricos, paisagem e patrimônio natural. A produção acadêmica de um “Inventário dos jardins de BURLE MARX no Recife” e projetos de restauro em parceria com a Prefeitura da Cidade do Recife resultaram no tombamento de seis jardins históricos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2015 e a participação na redação da “Carta da Paisagem das Américas” em 2018.
- Laboratório da Paisagem do Departamento de Projeto da Universidade de São Paulo – USP que agrupa as disciplinas relacionadas a Paisagem e ao Ambiente Seus pesquisadores, entre outras ações, participaram do Projeto Orla: subsídios para um projeto de gestão, em 1998, das Secretarias de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos e Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do Ministério do Meio Ambiente. Este estudo deu subsídios científicos para implementar uma política nacional para as práticas patrimoniais e ambientais, e o planejamento de uso e ocupação da Zona Costeira Brasileira. Outros projetos de pesquisa, tais como o projeto Quadro do Paisagismo do Brasil – QUAPA. Esse projeto se dedica, desde 1994, ao estudo do projeto de paisagismo no Brasil em todas as suas escalas de abrangência (tem publicações periódicas como a Revista Paisagem e Ambiente – USP).
Em ambos os laboratórios, o LAPA vem participando com pesquisas, elaboração de artigos científicos e capítulos de livros, seminários e colóquios.
Com o Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco vem participando da Rede Jardins de Burle Marx com pesquisas e publicações relacionadas aos Jardins de Roberto Burle Marx no Nordeste do Brasil. Reúne pesquisadores dos nove estados do Nordeste do Brasil e em 2013, resultou na publicação de um livro com os “Jardins de Burle Marx no Nordeste do Brasil”, com capítulos sobre os jardins em cada um dos estados.
Cabe ressaltar que os trabalhos de pesquisa foram reunidos de modo inédito no livro, constituindo-se numa produção do grupo de pesquisa “Jardins de Burle Marx” que foi registrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ( CNPq ) em 2007.
O capítulo destinado às obras de Roberto Burle Marx no Maranhão, intitula-se Palácio dos Leões: um jardim de Burle Marx em São Luís , como autoria da Pesquisadora UEMA Barbara Irene Wasinski Prado. O livro foi lançado em Recife, em 06 de agosto de 2013 no Seminário “Jardins de Burle Marx no Nordeste do Brasil” no Museu da Cidade do Recife, que fez parte da Semana Burle Marx, Lei Municipal nº 17.571/2009, e foi promovida por órgãos do governo municipal, estadual e federal. O evento contou com a presença da historiadora argentina Sonia Berjman, autora do prefácio do livro que é Membro do Comitê Científico Internacional de Paisagens Culturais e do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios – ICOMOS.
Com o Laboratório da Paisagem da FAUUSP, o LAPA cooperou com o Quadro do Paisagismo do Brasil – QUAPÁ-SEL, que organiza e coordena uma rede aberta a pesquisadores e núcleos de pesquisa e pesquisadores em de mais de vinte universidades em quase todas as regiões do país. Criada em 2006, essa rede tem como objetivo compreender processos de produção e apropriação do espaço urbano contemporâneo brasileiro, enfatizando sempre o papel dos Sistemas de Espaços Livres (SEL) na sua formação. Até o momento, 35 municípios e metrópoles no país, sendo 19 capitais (que incluiu São Luís em 2009) foram pesquisadas. São cidades que possuem grande capacidade de difusão cultural e ideológica, no campo urbanístico para suas respectivas regiões de influência. Em 2009 e em 2018 o LAPA recebeu e organizou localmente duas Oficinas QUAPÁ-SEL São Luís juntamente com os professores e pesquisadores da FAUUSP, que foram abertas à comunidade acadêmica, cientifica e social.
Essas oficinas resultaram em publicações e trocas de experiências e dados entre os labs.
- Oficina QUAPÁ-SEL São Luís-2009 “Estudos Comparados de Sistemas de Espaços Livres na Constituição da Forma Urbana: uma perspectiva crítica da produção contemporânea brasileira”, realizada no CAUUEMA. Patrocinadores: FAPESP; CNPQ Apoio: LAPA/CAU/UEMA; CREAMA; Grupo Tático Aéreo – MA.
- Oficina QUAPÁ-SEL São Luís-2018 “Os Sistemas de Espaços Livres e a Constituição da Esfera Pública Contemporânea no Brasil, realizada no
CAUUEMA. Patrocinadores: FAPESP Apoio: LAPA/CAU/UEMA; CAUMA.
Atualmente o Laboratório da Paisagem CAUUEMA funciona como um ambiente de pesquisa e extensão em Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo dentro da graduação, dentro de suas duas linhas de pesquisa: Requalificação da Paisagem e dos Espaços Livres: teoria, crítica e projeto e Teoria, História e Projeto em Arquitetura Paisagística e Jardins Históricos de Burle Marx.
A primeira linha de pesquisa “Requalificação da Paisagem e dos Espaços Livres: teoria, crítica e projeto” tem por objetivo: Desenvolver estudos críticos sobre: a transformação da paisagem; processos de supressão de áreas de proteção permanente com o advento da urbanização; criação de sistemas de espaços livres, entre outras possibilidades de qualificação ambiental, paisagística e urbanística (recovering landscape); P&D, inovação de gerenciamento paisagístico; inclusão social e acessibilidade. Essa Linha de Pesquisa foi certificada no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil-LATTES dentro do Grupo: Laboratório da Paisagem e do Ambiente Construído